Tratamento da obesidade não é uma cura definitiva e, sim, constante e gradativa
A causa da doença pode ser muito mais do que a ingestão excessiva de calorias
A epidemia da obesidade é uma das principais causas de mortalidade não-acidental do mundo. Apesar de não ser vista como doença pela sociedade há poucas décadas, ela já é classificada como tal, além de multifatorial e inflamatória. O reconhecimento da obesidade como doença, por parte do paciente, é o primeiro passo para compreender as causas e buscar um tratamento adequado.
O segundo passo também deve partir do paciente: é dele o dever de olhar para si, perceber que sofre com uma doença e buscar ajuda médica. A partir dessa etapa, o paciente passa pela análise de uma equipe multidisciplinar, para que as origens da doença sejam mapeadas, sejam elas causadas por alterações metabólicas, transtornos alimentares ou fatores genéticos. O diagnóstico de uma equipe multidisciplinar é crucial para que o tratamento se desenvolva de uma maneira completa e integral.
É essencial compreender o nível de avanço da obesidade. A doença é classificada em graus, que indicam seu agravamento:
- Grau 1: quem possui IMC entre 30 e 34,9.
- Grau 2: com IMC entre 35 e 39,9.
- Grau 3: IMC acima de 40, que já indica obesidade mórbida.
A terceira etapa é escolher os tratamentos que mais se encaixam, dentre os vários disponíveis. Existem tratamentos tradicionais, como terapia, reeducação alimentar, cirurgia bariátrica e a remodelação do estilo de vida com mais saúde.
Quanto à medicamentos, existem soluções para a diminuição do peso e do grau de obesidade do paciente, de forma que medidas mais definitivas possam ser adotadas. Ozempic e Wegovy, por exemplo, são utilizados para tratar a diabetes tipo 2, mas se mostraram eficazes no tratamento da obesidade. Aliados à cirurgias e procedimentos, eles podem trazer resultados de remissão para o paciente. Principalmente para pessoas diagnosticadas com obesidade mórbida, os medicamentos podem ser essenciais para a diminuição do peso, viabilizando a cirurgia bariátrica.
Portanto, não existe apenas um tratamento. Assim como a obesidade é uma doença multifatorial, existem vários tratamentos individualizados, que podem ser aplicados em diversas áreas da vida do paciente, tais como: terapia, medicamentos, nutrição adequada e a própria bariátrica, que diminui a capacidade estomacal e possui efeito sobre o metabolismo.